30.4.04|10:49:00 AM Politicar e filosofar - é, eu sou feliz assim Sumi, evaporei. Esse blog está entregue às moscas. Não tem nenhum motivo para o meu sumiço. Apenas... sei lá, tesão. Ou melhor, a falta dele para com este blog. Isso passa. (Eu acho).
Eu acho que o mundo anda tão estranho. Vi o profile de uma guria da Noruega que poderia ser eu no Orkut. Isso me deixou... Sei lá o que isso me deixou. E esse é o problema. Quando você vê uma pessoa, com os mesmos gostos que o seu morando do outro lado do mundo, é porque deve ter algo de errado. Não comigo, mas com o mundo. As pessoas andam tão iguais. Como se fossemos carneirinhos... Ok, alguém aí vai lembrar da Bíblia e por ela, somos todos carneirinhos que devemos ser pastorados. Mas será que isso realmente é verdade? Será que tem algum pastor do mal (hei, não estou falando daquele "carinha chifrudinho" que alguns juram existir, mas que eu não acredito, ok? Isso aqui não é blog evangélico, talvez nem seja um blog cristão, portanto você nunca verá esse tipo de conflito bem X mal cristão aqui) que está nos manipulando e transformando a todos em acéfalos? Ou seria simplesmente efeitos colaterais da globalização e estou (mais uma vez) exagerando na dose da politicagem?
Eu adoro "politicar" as coisas. Não é politizar, é politicar, doses e mais doses de política em tudo, até na nuvem que se mexe. Também gosto bastante de filosofar. Vale qualquer coisa: Kant, Aristóteles, Fritjof Capra, Sócrates e Platão, filosofia oriental chinesa, filosofia de banheiro... Mas filosofar é legal. Politicar também. Mas qual o objetivo de se filosofar e politicar tudo? Céus. Acho que estou viajando na maionese. Esse post não faz o menor sentido. Ou faz? Ah sei lá. Só sei que isso me deixa feliz. Não sei definir o que seria felicidade, mas eu acho que isso faz sentido, no final das contas. Quando abro o jornal e leio o truste das grandes corporações de comunicação americanas boicotando a homenagem aos soldados mortos na guerra, eu vejo que faz sentido querer politizar, politicar e filosofar tudo.
21.4.04|12:03:00 AM
Tem certos registros que deveriam ser barrados pelo pessoal do Registro.BR. Por exemplo, queria entrar no site da revista TPM dia desses e digitei, sem querer, a url tpm. Não é que foi parar numa página de um médico aí? Sei lá, é esquisito. É como digitar deus e ir parar num site evangélico, como se esse termo fosse propriedade cristã.
Alguém aí tem Orkut, mais conhecido brasileiramente como Yakult?
14.4.04|11:50:00 AM
O que dizer da guerra televisionada e transmitida ao vivo para o Brasil todo? Bem, o que posso dizer é que tem muita coisa em jogo nesse ninho de vespa.
Fato 1 - O Rio de Janeiro é uma cidade privilegiada geograficamente, com montanhas e mar, uma maravilha. Acontece que deixaram as favelas da cidade ocuparem este espaço. Os escravos foram os primeiros a ocupar o espaço vazio, quando foram "libertados" com uma mão na frente e outra atrás. Não tinham para onde ir e ocuparam o espaço que estava vazio. A elite não ligou, morro não era um local que eles quisessem ocupar. O problema é que estas posições podem não ter despertado interesse da elite, mas são posições estrategicamente privilegiadas. E hoje, com a explosão social em ponto de bala, só nos resta rezar, pois nós somos o alvo. E os miseráveis, ignorados por anos pelo governo e pela população eliminada, agora querem tomar na base da força o que nunca tiveram: dinheiro para comida, diversão e arte.
Fato 2 - O.k. O tráfico é sustentado pela classe média, classe média alta e ricos. O Rio de Janeiro é a porta de entrada da droga e do consumo dela no Brasil. Mas não é o único. E não é o único a conviver com miséria e riqueza. Praticamente todas as grandes capitais brasileiras convivem com isso. Só que com o consumismo explodindo, os pobres, que sempre foram motivo de vergonha nacional, resolveram sair à luta. Como a distribuição de renda nunca foi e tenho dúvidas se um dia será, levada a sério pelo governo e pela população (afinal, todo mundo sabe do problema, mas quando se fala em aumentar impostos, você aí, que está lendo esse blog, é o primeiro a reclamar e achar um absurdo. Mas saiba que em qualquer lugar do mundo, distribuição de renda é igual a aumento de impostos para quem pode pagar. No caso, eu, você e todos que fazem parte da elite do país), o povo miserável e ignorado resolveu ele próprio fazer a distribuição na base da força, usando a violência para tomar o que ele não tem.
Portanto meus queridos, não é acabar com o tráfico que irá resolver o problema social brasileiro. É aceitarmos que o problema existe e que nós somos inteiramente culpados por sua existência.
Fato 3 - Das duas uma: ou eu, carioca, moradora do Rio desde que nasci estou míope ou os outros estados e a mídia brasileira estão. Talvez ambos estejam um pouco. O que retratam do Rio não condiz com a realidade. O Rio de Janeiro é violento? É, mas essa violência não nasceu ontem, não. Sempre existiu e foi piorando devagarinho. Mas não estamos vivendo clima de guerra civil, não. Pelo menos não como a mídia mostra. Ou, pelo menos não sozinhos. O que eu sinto, é que as coisas estão como sempre estiveram, ok, talvez um pouco pioradas, já que agora os bandidos estão armados até os dentes, a diferença é que agora isso chega na zona sul. Ah, mas não pode, né? Os moradores de Madureira e da Pavuna podem ter bala na sua cabeça, mas a moradora da Barra ou de Ipanema, não? Ah tá, entendi. Desculpe incomodar a zona sul e zona oeste rica. Vou tentar fazer uma campanha boca-a-boca para os traficantes não matarem pessoas da zona sul, só pessoas da zona norte. Porque afinal, estas morrem HÁ DÉCADAS e ninguém faz nada, nem viram capa de jornal nem porra nenhuma.
Sou moradora da zona norte e sempre fui a minha vida inteira. E olha que nem morava em bairro pobre, não. Sempre morei em bairro de zona norte de classe média e classe média alta, quem é do Rio já deve imaginar que estou falando do Grajaú e Tijuca, duas regiões típicas da classe média carioca. E nesses bairros, a violência é existe há anos. No subúrbio então, nem se fala. Lá a barra é muito pesada há décadas. É morte todo santo dia. Seja de pessoas do asfalto ou da favela. Na zona sul, sempre teve morte nas favelas. Mas aí não importa, né? É bom porque diminui o inchaço populacional. O que estou querendo dizer é o seguinte: Não, o Rio de Janeiro NÃO está muito diferente do que sempre foi. Sim, mudou, mas mudou foi geograficamente. Agora tão matando dondoca da zona sul e não só a pobre coitada que mora no subúrbio. Foi isso que mudou. E não, não estamos vivendo esse clima de guerra que a mídia e outros estados cismam e falar que estamos. Estamos vivendo há anos isso. Não começou na sexta, não. Mas mesmo assim, não é isso de traficante dando ordem em polícia no meio da rua. E conversando com pessoas que moram em BH, Espírito Santo, Porto Alegre e São Paulo vejo que a violência em todas estas cidades é praticamente igual.
Portanto meus caros, a quem interessa vender o Rio como uma cidade ultra violenta, como se as outras cidades brasileiras também não fossem? Eu respondo: ao turismo no nordeste. A evasão do capital do estado do Rio. Vocês sabiam que toda essa propaganda negativa (e falsa, aumentada, muitas vezes) não fez com que Recife fosse eleita a capital do turismo internacional brasileiro? É, o Rio continua sendo essa capital, para irritação dos caciques do turismo em outros estados do litoral. A prova de que essa força para derrubar o Rio existe foi uma declaração da imbecil prefeita de São Paulo Marta Suplicy, na guerra do Pan Americano, em que Rio e São Paulo estavam disputando quem iria cediar. Lá pelas tantas a socialite paulistana solta a máxima: Nossa, mas como o Rio de Janeiro é violento! Eu tenho medo de andar no Rio. Em São Paulo eu ando a pé e não acontece nada e olha que ando lotada de jóias. Essa declaração fez com que o prefeito e a governadora do Rio ficassem do mesmo lado. Incrível! Me lembro de uma coluna do Arthur Dapieve no Globo falando que atitudes provocativas como essa não levam a lugar nenhum. Até porque, a dona Marta só mostrava com isso não conhcer sua cidade, pelo visto só conhecia Morumbi, Ibirapuera e Jardins. Ali, perdida em meio a mansões dava até para acreditar que São Paulo era um paraíso em comparação ao Rio. Mas a realidade é outra. E nenhuma cidade grande brasileira perde para o Rio em violência. O que acontece é que aqui no Rio a geografia da cidade põe lado a lado pobreza e riqueza. Mas o problema existe e é nacional.
4.4.04|11:07:00 AM
Eu não gosto da governadora Garotinho e menos ainda do seu marido, acho os dois uns escrotos, armadores, falsos. Os típiocs políticos de interior que dão prato de comida em troca de voto. Mas é um absurdo esta história do oleoduto. Para quem está por fora, o governo do estado do Rio de Janeiro está brigando com a Petrobras para a refinaria ser construída aqui no Rio, em vez de em São Paulo. A briga é justa. O Rio produz 82% do petróleo nacional, equanto que a produção paulista é risível. No entanto, o Rio refina 12%, enquanto o rico São Paulo, 44%. É ou não é um absurdo?
São Paulo já é um estado rico, não precisa de mais dinheiro e emprego, enquanto o Rio é um estado miserável, a beira de um colapso causado por inúmeros fatores, dentre eles incompetência de seus governantes, que não souberam segura a evasão de empresas do estado; melhores condições para empresas em estados vizinhos ou no nordeste; além, é claro, de muito roubo. É inacreditável, mas a cidade do Rio de Janeiro empresta dinheiro para o estado, que deveria ser mais rico do que a cidade. O oleoduto é muito importante para o Rio e achei uma pena que por razões políticas e por incompetência dos nossos governantes, a população fluminense não se mobilizou. Acho que agora é tarde, a manobra já está feita. A Petrobrás irá fazer o transporte para a refinaria paulista via mar. A empresa alega que isto é bom para o Brasil. Tendo um governo paulista à frente do país, posso entender que o que é bom para o país é bom para São Paulo. O governo federal não tem o menor interesse em dar esta vitória para o estado do Rio, pois isto seria dizer que os Garotinho "venceram". Só que quem perde com isso somos nós, fluminenses, que já sofremos com o achatamento e o descaso para com o estado e não mereciamos mais este golpe. Além do mais, o Rio é o produtor de petróleo e deveria refiná-lo, por justiça.
Por que não enterram de vez o Rio de Janeiro, em vez de retirar o seu ar aos poucos?
Quem sou - Avoada por natureza, taróloga amadora, não dispenso uma boa leitura. Vegetariana por amor aos animais, adoro também ecologia, 'as vezes curto brincar de ser bruxa e sonho em um dia virar uma yoguini exemplar. Signo: Peixes. Ok, ok!! Sou do tipo sonhadora, que ainda acredita (aos trancos e barrancos) num mundo ideal e maravilhoso. Moro: Carioca vivendo em São Paulo Formação: Comunicação social e especialista em Design de interfaces (usabilidade, arquitetura da informação) Profissão: Design de interface Comida: Sou vegetariana. Gosto da culinária chinesa, italiana e brasileira. Bebida: Água, guaraná.