10.3.04|11:39:00 PM Movimentos antipublicidade crescem na França A França sempre foi conhecida como berço do pensamento crítico moderno. Para não perder o posto - e o charme, os franceses continuam se mostrando excelentes críticos e questionadores dos moldes sociais modernos e mais uma vez, questionam e confrontam o senso comum. Vem ganhando força por lá os movimentos antipublicidade, que visam debater e criticas desde a poluição visual causada pelo excesso de cartazes e outdoors nas bucólicas paisagem francesas, até a mentira e a enganação desta que é uma das pernas fortes do capitalismo.
Grupos como o Paysage de France (Paisagens da França), Résistance a la Agression Publicitaire (Resistência a agressão publicitária) e o La Meute (A matilha), lutam e chegam a jogar duro, como é o caso deste últmo, que é um dos mais ativos e munidos de pinçéis e canetas de cera, organiza pichações nos cartazes dos metrôs de Paris. Em comum, os grupos usam a internet como meio de divulgação de suas idéias, provando, mais uma vez, que a rede é excelente para disseminar e reunir pessoas em prol de algo em comum.
Estes grupos acusam a publicidade de ser abusiva, de fazer lavagem cerebral, de manipular os consumidores e chamam as grandes marcas multinacionais de tiranas e perversas.
O que poderia ser encarado como um pequeno tumulto de ativistas radicais, na França ganha destaque, graças ao atento olhar do povo francês, que gosta de ouvir todos os lados e questionar muito. Conclusão: os pequenos peixes estão sacudindo os tubarões. E as agências de publicidade já começam a tremer na base e a bolar estratégias para tentar evitar que o movimento saia do controle. Para se ter uma idéia da situação, a operadora de transportes públicos de Paris cedeu 47 painéis publicitários em 24 estações de metrô para tentar evitar que os grupos ativistas continuem pichando os cartazes. As pichações, segundo o site BlueBus, já atingiram cerca de 3.500 cartazes.
A questão já chegou no governo francês, que saiu diplomaticamente do meio do fogo cruzado. Afinal, quem iria querer dar apoio a grupos que acusam empresas fortes de estarem fazendo lavagem cerebral na cabeça dos consumidores? Nem na França, queridos leitores.
Claro que quando li sobre este assunto, na hora pensei em Oliviero Toscani, o homem responsável por aquelas campanhas publicitárias assustadoras da Benneton (United colors of Benneton, lembram?). Ele escreveu um livro chamado "A Publicidade é um cadáver que nos sorri". Mas, até onde sei, por enquanto, a onda francesa não chegou a atingir o publicitário italiano e ele não se manifestou.
Estou achando essa história toda muito interessante. É bacana ver a publicidade moderna levar essa sacudida. Se na França são os pequenos movimentos ativistas que dão a sacudida, nos EUA quem dá é o TiVo, vídeo gravador digital que grava programas de forma inteligente e sem propaganda, que está fazendo a alegria dos usuários que gostam e baixar filmes e seriados via net e está deixando os donos da mídia de cabelo em pé, já que sem a audiência para ver a publicidade, em médio e longo prazo eles perderão suas receitas.
A saída para tanta turbulência ainda não foi achada. Mas e vocês, o que acham dessa história toda?
Quem sou - Avoada por natureza, taróloga amadora, não dispenso uma boa leitura. Vegetariana por amor aos animais, adoro também ecologia, 'as vezes curto brincar de ser bruxa e sonho em um dia virar uma yoguini exemplar. Signo: Peixes. Ok, ok!! Sou do tipo sonhadora, que ainda acredita (aos trancos e barrancos) num mundo ideal e maravilhoso. Moro: Carioca vivendo em São Paulo Formação: Comunicação social e especialista em Design de interfaces (usabilidade, arquitetura da informação) Profissão: Design de interface Comida: Sou vegetariana. Gosto da culinária chinesa, italiana e brasileira. Bebida: Água, guaraná.